terça-feira, 2 de junho de 2015

A cidade que teve que criar sua própria luz solar



Rjukan é uma pequena aldeia na Noruega, perto da borda infe­rior do Cír­culo Polar Ártico. Durante seis meses a cada ano, a cidade fica imersa na escuridão, pois está cer­cada por mon­tan­has gigantes que blo­queiam a luz solar nat­ural. Então, eles cri­aram uma inter­es­sante solução, colo­cando espel­hos enormes em torno dos cumes das mon­tan­has para refle­tir a luz solar para a aldeia.
Com uma pop­u­lação de pouco mais de 3.000 pes­soas, Rjukan pode­ria muito bem ser definida como um pedaço de humanidade no meio do nada. Foi con­struída como um posto de con­t­role indus­trial da empresa Norsk Hydro no iní­cio de 1900, e o custo de trazer supri­men­tos e mate­ri­ais de con­strução para o vale era quase o dobro do orça­mento nacional da Noruega. Remota e iso­lada, Rjukan era pouco mais do que um posto avançado para os operários e suas famílias até 1996, quando o municí­pio pas­sou a ser des­ig­nado Rjukan.
Há um outro prob­lema que assola os moradores da remota cidade: a par­tir de mea­dos de setem­bro até o iní­cio de março, não há luz solar. Nos pólos extremos da Terra, não é inco­mum ver uma noite que dura meses, dev­ido à forma como a Terra gira.
A Noruega reside cerca de metade den­tro e metade fora do Cír­culo Polar Ártico, e seu período de verão deu ao país o nome de “Terra do Sol da Meia-Noite” de maio a julho, o sol nunca mer­gulha com­ple­ta­mente abaixo do hor­i­zonte. No entanto, isso acon­tece ape­nas nas regiões do norte, den­tro do Cír­culo Polar Ártico. Já no sul da Noruega, o sol ainda pode bril­har por pelo menos 20 horas por dia. Evi­den­te­mente, a luz con­stante no verão sig­nifica que o oposto é ver­dadeiro para o inverno, e as lat­i­tudes seten­tri­on­ais da Noruega ficam mer­gul­hadas na escuridão por cerca de três meses, no auge do inverno.
Rjukan está bem abaixo da borda do Cír­culo Polar Ártico, e a cidade ainda está com­ple­ta­mente cer­cada por mon­tan­has, o que difi­culta ainda mais a entrada de raios solares. Para resolver essa situ­ação, os moradores de Rjukan colo­caram em prática um pro­jeto que envolveu três espel­hos enormes ao longo dos cumes das mon­tan­has para refle­tir os raios do sol para a cidade. Os espel­hos estão a 450 met­ros sobre a cidade e rodam con­forme a tra­jetória do sol, man­tendo o epi­cen­tro dos raios solares exata­mente sobre a cidade durante o dia inteiro. O pro­jeto teve um custo de 5 mil­hões de coroas, ou cerca de 849 mil dólares.

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