terça-feira, 2 de junho de 2015

Mão Morta: o apocalíptico sistema de destruição russo



Orig­i­nal­mente con­struído há 25 anos, o sis­tema chamado Mão Morta foi cri­ado para garan­tir uma retal­i­ação nuclear caso a Rús­sia fosse ata­cada pelos EUA. Caso isto acon­te­cesse, o sis­tema seria acionado por uma elab­o­rada rede de sen­sores posi­ciona­dos ao redor da Rús­sia, que por sua vez des­en­cadearia o lança­mento de todas as ogi­vas nucleares do país, incluindo Mís­seis Balís­ti­cos Rus­sos Inter­con­ti­nen­tais (ICBM) em silos ter­restres, sub­mari­nos nucleares e bom­bardeiros no mundo inteiro. Antes que a Mão Morta fosse cri­ada, muitos estrate­gis­tas mil­itares rus­sos temiam que sub­mari­nos nucleares balís­ti­cos dos EUA ata­cassem primeiro.

Se os sub­mari­nos se movessem furtiva­mente den­tro das águas ter­ri­to­ri­ais da Rús­sia, eles pode­riam atacar com muito pouco aviso prévio. Isso tornaria pos­sível para os amer­i­canos destruírem toda a lid­er­ança soviética sem provo­car uma retal­i­ação por parte da lid­er­ança mil­i­tar da URSS. Para com­bater essa fraqueza perce­bida, os soviéti­cos cri­aram a Mão Morta para garan­tir que eles man­tivessem uma segunda capaci­dade de ataque, inde­pen­den­te­mente do primeiro resul­tado de ataque dos EUA.

Um dos muitos sis­temas com que a Mão Morta conta é um inter­es­sante sis­tema de comu­ni­cação reserva con­hecido como “Perímetro”, que con­siste de uma rede de foguetes que são usa­dos ​​para trans­mi­tir coman­dos de lança­mento dire­ta­mente para os lançadores de mís­seis estratégicos.

Uma vez que o Perímetro recebesse coman­dos para prosseguir, os foguetes seriam lança­dos e começariam a trans­mi­tir ordens de lança­mento para os locais de lança­mento de mís­seis con­tin­u­a­mente por até 50 min­u­tos. Isso garan­tiu que, mesmo que as redes de comu­ni­cação fos­sem desati­vadas, coman­dos de lança­mento ainda podiam ser envi­a­dos para os reg­i­men­tos de mís­seis estratégi­cos no campo e um ataque nuclear pode­ria prosseguir.

No típico raciocínio da Guerra Fria, a Mão Morta era ape­nas mais um nível de aniquilação empil­hado em cima da ideia já ater­ror­izante de auto-destruição mútua. No entanto, a parte mais assus­ta­dora da Mão Morta é o fato de que ela não neces­sita de inter­venção humana.
Se um evento, como um aster­óide, acionasse seus detec­tores de qual­quer forma que se assemel­hasse a um ataque nuclear, a Mão Morta seria mais do que capaz de ini­ciar o processo de aniquilação nuclear por conta própria. Segundo relatos, ela ten­taria entrar em con­tato com os líderes políti­cos e mil­itares, e se eles não pudessem ser con­tata­dos den­tro de um deter­mi­nado período de tempo, o sis­tema pode­ria decidir seu próprio tempo de retaliação.

Mas a Rús­sia teve o bom senso de colo­car a inter­venção humana em algum lugar den­tro deste processo tem­pos depois. Um bunker sub­ter­râ­neo pro­fundo abri­gava três ofi­ci­ais de serviço rus­sos que decidiam se deviam ou não começar o apoc­alipse. Se fosse deter­mi­nado que um ataque real tinha ocor­rido e a lid­er­ança de Moscou tinha sido destruída ou estava inacessível, eles eram incumbidos de decidir se deviam ou não ini­ciar o Perímetro e lançar todos os seus mís­seis restantes.

Feliz­mente para nós, o sis­tema apoc­alíp­tico nunca foi usado.

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